sexta-feira, dezembro 18, 2009

Demônio 5: o cliente é sempre o problema - Série Os 7 Demônios da Pós-Modernidade



As pessoas estão mais inclinadas a adorar a si mesmas do que a Deus, o que caracteriza a idolatria. Isto explica por que todos nós queremos que o mundo se dobre diante de nossas necessidades, e a nossa frustração quando alguém ou alguma coisa não quer colaborar conosco. Essa inclinação à autoadoração (também conhecida como autoestima, autorealização, autoajuda e autossatisfação) torna-se particularmente perigosa quando combinada com a crença econômica de que o mercado deve suprir tudo que as pessoas acham que precisam. Como resultado, temos uma cultura ávida e mimada, como mostram as seguintes estatísticas?:

  • Em noventa nações, as pessoas gastam, por ano, menos que nós, nos EUA, gastamos com sacos de lixo.
  • Todo ano, mais americanos vão à falência do que se forma nas faculdades.
  • Temos duas vezes mais shopping centers do que escolas médias.
  • Gastamos mais com sapatos, jóias e relógios do que na educação superior.
  • Nossos supermercados tê um número 250% maior de itens do que tinham 20 anos atrás.
  • Os pais de família passam 6 horas da semana fazendo compras e 40 minutos brincando com os filhos.
  • Apenas 1/4 dos consumidores têm em mente um item definido quando se dirigem ao shopping center.
  • 70% dos americanos visitam um shopping center toda semana; este número é maior do que os que visitam um lugar de adoração.
 [E se você que leu isso e está dizendo que é só nos EUA, não se engane, o Brasil está bem próximo dessa realidade nas devidas proporções de um país de 3o mundo.]

A teses de que toda pessoa é um consumidor a ser conquistado pelo mercado torna-se uma grande armadilha para os que proclama o Evangelho, porque a nossa tendência é lançar Deus como um produto e, tanto quanto possível, comercializá-lo dentro do mercado. Afinal de contas, o ensino das Escrituras sobre a maldição, a morte como pagamento pelo pecado, a inundação da terra, o extermínio dos bebês egípcios, a matança dos pervertidos de Sodoma e Gomorra e sobre os terríveis tormentos do inferno são produtos difíceis de vender, até mesmo para a maior empresa de propaganda e marketing.

Hoje em dia, todas as coisas, do sexo a Jesus, são oferecidas em troca de dinheiro, porque muitos pregadores trocaram o profetizar pela alcovitagem. Enquanto isso, as pessoas, influenciadas por muitos ano de marketing direto, anúncios da internet, comerciais da televisão e pelo interminável desfile de propagandas em todos os lugares, dos outdoors aos bonés, tendem a ver a igreja como mais um tipo de comércio e o pregador como mais um promotor de vendas.

Comércios de todos os tipos suprem, sem nenhum pudor, as necessidades básicas, enquanto consumidores adoram os benefícios que amealham da competição feroz. As pessoas, geralmente, seguem a mesma abordagem quando "vão ás compras", à procura de uma nova igreja que se importe com suas necessidades e ofereça um maior número de amenidades para o seu consumo. Elas esperam que Deus e a igreja façam o seu jogo, avaliando suas necessidades, fazendo o marketing através do papo de um vendedor cativante e fornecendo mercadorias e serviços espirituais que desbanquem os outros competidores, sejam eles um guru de auto-ajuda, outra religiã ou outra denominação. As igrejas que caem nessa adoração da humanidade tendem a construir seus templos, como se fossem shopping centers, com departamentos e ministérios para cada membro da família, num esforço para manter os clientes felizes.

As pessoas que possuem esa mentalidade mercantilista a respeito de Deus e da igreja chegam a ver seu ministério não como alguma coisa que eles realizam com seus dons espirituais que Deus lhes deu, mas como alguma coisa feita por elas, como um serviço religioso oferecido por outra pessoa. Como consequência, as igrejas alcoviteiras, alimentadoras dessa atitude mental, estão cheias de consumidores que recebem mais do que dão e com espectadores que assistem mais do que participam. Em sua forma mais extrema, há pessoas que, na realidade, se beneficiam das ofertas e programas de várias igrejas e de seus ministérios preferidos sem dar a nenhum deles um só minuto de seu tempo ou colaboração, sem sequer perceber o seu egoísmo.

Na igreja moderna, a mentalidade de serviço ao consumidor levou à criação de igrejas grandes que pregam uma mensagem positiva focalizada na ressureição vitoriosa de Jesus. Na igreja pós-moderna, isso significa criar igrejas pequenas com uma mensagem mais inquietante, centrada no sofrimento sangrento de Jesus e com uma atitude mais pessimista, mas que continuam a preencher as necessidades das pessoas que agora, simplesmente, são outras. Portanto, ao cultivar uma contracultura, não devemos esquecer que a maior necessidade das pessoas é morrer para si mesmas e viver para Deus. Se, simplesmente, dermos às pessoas o que elas querem, não estaremos dando o que elas precisam.

Trecho extraído do livro Reformissão, por Mark Driscoll

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