segunda-feira, março 29, 2010

10 Mentiras sobre Deus - Terceira Mentira - Parte 2


Antes de respondermos as perguntas do post anterior temos que fazer algumas ponderações.

DEUS É IMUTÁVEL

Quem criou Deus?

“Antes que nascessem os montes, ou que tivesses formado a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade tu és Deus.” (Sl 90.2)

A natureza de Deus não muda

“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” (Tg 1.17)

A verdade de Deus não muda

“Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente.” (I s 40.8)

Davi concordava com isso quando escreveu “a tua palavra, SENHOR, para sempre está firmada nos céus [...] Há muito aprendi dos teus testemunhos que tu os estabeleceste para sempre” (Sl 119.89, 152). Deus nunca precisa revisar suas opiniões ou atualizar seus planos. Ele nunca precisou reorganizar sua agenda.

Sim, existem algumas passagens das Escrituras que falam sobre Deus ter se arrependido de uma decisão e mudado de opinião (Gn 6.6,7; 1Sm 15). Nessas passagens, as Escrituras mostram Deus mudando sua reação com relação ao povo por causa do comportamento deste. Mas não há razão para pensar que essa reação foi algo imprevisto ou que não fizesse parte de seu plano eterno. Como disse J.I. Parcker: “Não há mudança alguma em seu propósito eterno quando Ele começa a agir em relação a um homem de maneira diferente”.

Os padrões de Deus não mudam

Os Dez Mandamentos não são apenas uma lista arbitrária de regras, pois refletem o caráter de Deus e do mundo que ele optou por criar. “Sejam santos, porque eu sou santo” é um mandamento presente nos dois testamentos (Lv 11.44; 1Pe 1.16). A Bíblia não pode afirmar isto de maneira mais clara: Deus não mudou e não vai mudar no futuro. O profeta Malaquias registrou isto em cinco palavras: “Eu, o SENHOR, não mudo” (Ml 3.6).

A ADMINISTRAÇÃO DE DEUS MUDOU

De que maneira podemos lidar com a diferença entre as conseqüências da desobediência no Antigo Testamento e no Novo Testamento? Se Deus não pode ser mais tolerante do que costumava ser, por que as penalidades do Antigo Testamento não estão mais em vigor hoje? Por que parece ser mais seguro pecar hoje em dia?

O julgamento de Deus permanece, mas seu método de executá-lo mudou. Ele se relaciona conosco de maneira diferente sem alterar suas opiniões ou requerer menos de nós. Ele não está nem mais tolerante nem mais acomodado aos nossos deslizes.

Suas penalidades ainda são severas, mas existe uma mudança no momento em que são aplicadas e no método de punição. Quanto mais cuidadosamente analisarmos as Escrituras, mais conscientes estaremos da imutável consistência de Deus e de sua intenção de punir o pecado. Deus odeia o pecado tanto quanto sempre o odiou. Felizmente, Deus nos oferece remédio para ele.

Em Hebreus 12.18-29 vemos a unidade de Deus refletida tanto no monte Sinai quanto no monte Calvário.

O terreno versus o celestial

“Pois não tendes chegado ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram rogaram que não se lhes falasse mais; porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte, será apedrejado. E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo aterrorizado e trêmulo.” (Hb 12.18-21)

No monte Sinai, a glória de Deus humilhou Moisés e Arão, levando-os ao silêncio e à adoração.

A distância física entre as pessoas e a montanha simbolizava a distância moral entre Deus e a humanidade.

Existia também uma distância vertical entre Deus e o homem. Deus desceu do céu como um lembrete de que nós somos daqui de baixo, criaturas da terra.

O Sinai foi a presença de Deus sem a expiação, sem o mediador.

O monte Sião representa a abertura do céu e, agora, somos convidados a gozar de seus privilégios.

Isso quer dizer que o ódio de Deus pelo pecado foi removido?

Será que a vinda de Cristo tornou o Todo-Poderoso mais tolerante?

A Antiga Aliança versus a Nova Aliança

Nos tempos do Antigo Testamento Deus fez uma aliança com toda a nação de Israel. Optou por governar diretamente por meio de reis e profetas, revelando sua vontade passo a passo e esperando que o povo seguisse suas instruções. Caso as pessoas não obedecessem, as penalidades eram imediatas e, do nosso ponto de vista, severas.

Jesus trouxe consigo um ensinamento radical: a idéia de que seria possível para seus seguidores viverem de maneira aceitável sob um governo pagão. “Dêem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Lc 20.25).

Existem duas mudanças principais inerentes ao ensinamento de Jesus. A primeira dela é que Deus não mais lidaria com uma nação, mas com os indivíduos de todas as nações. Segundo, em nossa era, devemos nos submeter tanto quanto possível às autoridades terrenas. Devemos cumprir suas ordens, a não ser que essas obrigações entrem em conflito com nossa consciência.

O julgamento físico e imediato versus julgamento futuro e eterno

“Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles quando rejeitaram o que sobre a terra os advertia, muito menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que nos adverte lá dos céus; a voz do qual abalou então a terra; mas agora tem ele prometido, dizendo: Ainda uma vez hei de abalar não só a terra, mas também o céu. Ora, esta palavra - Ainda uma vez - significa a remoção das coisas abaláveis, como coisas criadas, para que permaneçam as coisas inabaláveis.” (Hb 12.25-27)

Se Deus julgou os judeus, que tinham limitada compreensão da redenção pense no que ele fará com quem já ouviu sobre a vinda de Cristo, sua morte e ressurreição!

Não se esqueça do primeiro princípio: quanto maior a graça, maior a punição por recusá-la.

Em nossos dias, Deus permite que o pecado se acumule e retarda seu julgamento. Escrevendo aos que haviam endurecido o coração com relação a Deus, Paulo disse: “Contudo, por causa da sua teimosia e do seu coração obstinado, você está acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quanto se revelará o seu justo julgamento” (Rm 2.5). Deus não deixou de dar atenção à justiça e à retribuição. A graça dá ilusão de tolerância e, caso não seja corretamente interpretada, pode ser tomada como licença para pecar. O fato é que Judas, o escritor do Novo Testamento, advertiu que existem certos homens que “são ímpios, e transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor” (Jd 4). Eles confundem a paciência de Deus com leniência.

Segundo princípio: nunca devemos interpretar o silêncio de Deus como se fosse indiferença.

A longanimidade de Deus não é sinal de fraqueza ou indiferença, mas tem o propósito de nos levar ao arrependimento: “O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pe 3.9). No livro de Eclesiastes, Salmão advertiu qye i atrasi em aplicar a punição encoreja o mau comportamento: “Quando os crimes não são castigados logo, o coração do homem se enche de planos para fazer o mal” (Ec 8.11). Como é fácil interpretar erroneamente a paciência como tolerância divina!

No final, todas as penalidades serão executadas. A retribuição será exigida e nada será deixado de lado.

Um convite a reflexão

Existe uma história de que alguns membros de uma sinagoga que estavam reclamando com o rabino sobre a liturgia, dizendo que esta não expressava o que sentiam. Os reclamantes pediam que o rabino fizesse com que a liturgia fosse mais relevante. O rabino lhes disse que a liturgia não tinha o propósito de expressar o que sentiam; a responsabilidade deles era aprender a sentir o que a liturgia expressava.

Existe uma lição aqui. Em nossos dias, algumas pessoas têm enfatizado demais a expressão das “necessidades” na adoração a tal ponto que se esqueceram de que, brevemente, nossa maior “necessidade” será nos colocarmos diante de Deus cobertos pela justiça de Cristo. O que realmente interessa não é como nos sentimos, mas como Deus se sente. Nossa responsabilidade é “aprender a sentir” o que Deus sente.

Erwin Lutzer é mestre em teologia pelo Seminário Teológico de Dallas e pastor da histórica Moody Memorial Church, em Chicado, EUA. É autor de vários livros, incluindo A serpente do paraíso, De pastor para pastor, 7 razões para confiar na Bíblia e Um minuto depois da morte, todos publicados pela Editora Vida. Reside em Chicago, com a esposa e três filhos.

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