QUARTA MENTIRA - DEUS NUNCA SOFREU
Será que Deus já sofreu?
Os judeus querem saber onde Deus estava durante o holocausto; os cristãos querem saber onde Deus estava durante o massacre dos armênios; os moradores de Kosovo querem saber onde Deus estava durante a sangrenta guerra civil. A verdade é que não existe uma pessoa, que não tenha feito essa pergunta: onde está Deus quando surge um câncer ou quando um cônjuge morre inesperadamente? Também queremos saber se o próprio Deus sofreu – será que ele já penetrou na angústia da humanidade?
Muitas pessoas acreditam que o Deus do cristianismo é indiferente ao sofrimento humano. Alguns acham que os deuses da Nova Era, os deus do Oriente, são mais compatíveis com nossa condição, já que essas deidades não afirmam ser onipotentes. Um deus que esteja conosco dificilmente pode ser responsável pelos males do mundo. Mas o Deus cristão, que existe independente do universo, que responde às orações e supostamente criou tudo que existe – é mais passível de culpa. O Deus que vê o sofrimento humano e deixa de intervir é pouco digno de adoração.
O que você diria a alguém com uma linha de pensamento tão cética?
Talvez você se sentisse tentado a lembrar a pessoa do sol e da chuva que faz com que as colheitas se desenvolvam, de modo que tenhamos o que comer. Essa verdade não convenceria um cético. Sim, existem as chuvas, mas também existem as enchentes, os furacões e os tornados. Em alguns lugares a terra é firme, mas, em outros países, os terremotos ocorrem com freqüência. Milhões de pessoas vivem saudavelmente, outros milhões morrem cedo, sofrendo a dor da fome, das catástrofes naturais e das doenças. Dê uma boa olhada na natureza e você será levado a acreditar que Deus realmente não se importa.
Você também pode querer mostrar a humanidade ao cético. Todos conhecemos pessoas que se importam com as outras. O que deve ser indicio de que Deus se preocupa conosco. Mas para cada pessoa amorosa, existe uma bastante cruel; para cada generoso, existe um avarento. Basta olhar para as manchetes nos jornais para ver o que as pessoas fazem umas às outras. Você encontrará poucas provas de que Deus realmente se importa com o mundo.
Acreditamos intuitivamente que o Deus que não pode sofrer é incapaz de amar. Como crentes, não conseguimos a atenção do mundo descrente, a não ser que mostremos que Deus se importa conosco e que, por causa disso, ele não apenas compreende nosso ssofrimento, mas também já o experimentou.
Por causa da descrença, as falsas religiões propagaml a convicção de que o Deus cristão mostrou-se indiferente ao nosso sofrimento. Mesmo os que gostariam de acreditar em Deus concluíram que ele não é benevolente e, infelizmente, parece que seus seguidores também não são. Muitas pessoas consideram os cristãos críticos, preocupados apenas com os próprios interesses e nem um pouco dispostos a abandonar seu confortável estilo de vida.
C.S. Lewis escreveu que sempre esteve à beira da decepção: “Não é que eu estivesse prestes a deixar de acreditar em Deus. O verdadeiro perigo é acreditar em coisas tão terríveis sobre ele. O que mais temia não era chegar à conclusão de que, ‘bem realmente não existe Deus’, mas de que ‘Deus é assim mesmo. Não se engane mais’”.
Será que não temos razões para pensar algumas coisas terríveis sobre Deus? Será que podemos dizer com total integridade que Deus se importa conosco e que, portanto, as pessoas são importantes para ele? Somente na cruz vemos o amor de Deus sem ambigüidades. Vemos quão longe Deus foi, o seu mais grandioso plano de resgate. Deus veio pessoalmente para o nosso lado do abismo, disposto a sofrer por nós e conosco. Na cruz seu amor irrompe em direção à humanidade com clareza inequívoca. Pelo menos lá, descobrimos razões sólidas para acreditar que houve uma genuína ligação entre Deus e o homem. Lá vemos a misericórdia, a justiça. Lá está um Deus que sofre conosco.
Junto à cruz, a descrença acaba.
As Escrituras nos dizem que, no Calvário, “Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo” (2Co 5.19). Essas oito palavras nos mostram a essência do evangelho, a segurança de que Deus se aproximou, e a resposta às perguntas dos céticos. Deus construiu uma ponte até nós e assumiu todo o custo de sua construção. Ele anda lado a lado conosco por sobre o abismo, penetrando em nosso sofrimento. Aqui temos o Deus que encarou os duros ataques do que popularmente chamamos “destino”, embora ele mesmo tenha determinado antecipadamente que iria suportar tais ataques. Descobrimos então o Deus que nos surpreenderá e cativará nosso coração.
Se olharmos atentamente para a cruz, veremos o Deus que sente pesar, mas que também cura – o Deus que sofre. Três palavras comuns – auto-substituição, submissão e sofrimento – vão nos guiar a algumas bênçãos incomuns.
Erwin Lutzer é mestre em teologia pelo Seminário Teológico de Dallas e pastor da histórica Moody Memorial Church, em Chicado, EUA. É autor de vários livros, incluindo A serpente do paraíso, De pastor para pastor, 7 razões para confiar na Bíblia e Um minuto depois da morte, todos publicados pela Editora Vida. Reside em Chicago, com a esposa e três filhos.
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