“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” Romanos 7.19
Essas palavras proferidas por Paulo na carta aos Romanos, capítulo 7, têm servido de justificativa para que algumas pessoas pequem sem medo de se sentirem culpadas.
E olha, vou confessar: não é que de tanto falarem eu quase acreditei?!?
Porém, quando meditamos no texto e pesquisamos seu contexto, descobrimos que Paulo havia escrito essa carta aos cristãos em Roma para corrigir algumas interpretações a respeito do evangelho que estava sendo pregado por falsos cristãos (judaizantes).
Paulo então nessa carta constrói o pensamento a partir de afirmações e questões que ele mesmo responde. Quando varremos o texto encontramos informações interessantes, veja só.
Paulo faz algumas considerações a respeito da Lei. Aquela enviada por Deus através de Moisés.
1 - A Lei tem domínio sobre os homens por toda a vida. (v1)
2 – Fomos comprados pela morte de Cristo para que estivéssemos mortos para Lei e por conta disso poder dar frutos para Deus. (v4)
3 – Antes disso estávamos na carne e tínhamos paixão pelo pecado, produzindo frutos para morte. (v5)
4 – Mas agora estamos libertos para servir em novidade de espírito e não na velhice da letra. (v6)
5 – A Lei não é pecado, mas serve para trazer o conhecimento sobre o pecado. (v7)
6 – O mandamento é para vida e não para morte. (v10)
7 – A Lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom. (v12)
Paulo então após afirmar que fomos comprados por Cristo (v4) e que estamos libertos para viver em novidade de Espírito (v6) faz uma construção a fim de mostrar que o homem não tem poder nenhum sobre o pecado.
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. “ (v14-20)
E termina com a conclusão do estado miserável do homem justamente pela incapacidade de se livrar do pecado.
“Miserável homem que eu sou!” (v24a)
Porém ele ainda pergunta: “quem me livrará do corpo desta morte?” v(24b)
Se encerrássemos o texto por aqui, ficaríamos com a impressão de que Paulo estava apenas admitindo que o homem não tem outra alternativa a não ser conviver com o pecado.
Mas se continuamos o texto no capítulo 8, descobriremos ali que Paulo mesmo dá a resposta para essa pergunta.
Paulo diz que não há mais nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus, e que não andam na carne, mas segundo o Espírito. (v1)
Ele explica que era impossível vencer o pecado, pois a carne estava doente, mas que pela morte de Jesus o pecado foi vencido.(v3)
Completando o pensamento que ele havia iniciado no versículo 7 do capítulo anterior, dizendo que a Lei é justa, ele afirma que a justiça da Lei se cumpriu em nós, pois não andamos mais segundo a carne, mas segundo o Espírito. (v4)
Explica que os que são da carne inclinam-se para as coisas da carne e os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito (v5) e que a inclinação da carne é morte e a inclinação do Espírito é vida e paz (v6).
Diz ainda que a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é e nem poderia ser sujeita à Lei de Deus. (v7) E que, portanto quem está na carne não pode agradar a Deus. (v8).
Daí Paulo finaliza essa defesa do verdadeiro Evangelho fazendo uma consideração que serve para todos os que usam a liberdade conquistada a preço de sangue por Cristo para justificarem seus pecados.
“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.” (v9)
“Se é que o Espírito de Deus habita em vós”
Se é que...
Lembre-se: Cuidado para que a justificativa não tome o lugar da justificação!
É tempo de se arrepender!
Abraços
Nossa Filipe, é verdade, este versículo fora do contexto é um perigo,
ResponderExcluirGostei da abordagem, ainda não havia parado para fazer esta análise...
E também, quem tem o Espirito, não ama o pecado,não é mais escravo dele, se caso peque é por um "deslize", ocasionalmente, pode ser, mas não premeditadamente, pensando não haver consequências, ou se apegando a Rom 7;19.
I João 5-18;20.
Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca.
Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno.
E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.
Maravilha Filipe, que o Senhor te acrescente Graça, sabedoria e entendimento......
paz.
Isso se chama abordagem bíblica de um texto bíblico.
ResponderExcluirParece redundante mas não é nao...
Precisamos desenvolver essa capacidade de compreensão dos textos bíblicos para que não sejamos levados por explicações que não expressem a verdade contida na passagem bíblica que estejamos lendo ou estudando.
Muito bom o texto!
A "quase verdade" é a mais perigosa!
ResponderExcluirQue estejamos em constante vigilância!