quinta-feira, janeiro 07, 2010

Como não cometer idolatria ao dar graças




Jonathan Edwards e a verdadeira ação de graças


Jonathan Edwards tem uma mensagem para nossos dias, uma mensagem que diferentemente seria mais penetrante do que se ele estivesse vivo hoje. Refere-se ao fundamento da gratidão: “A verdadeira gratidão da Deus , por sua bondade para conosco, resulta de um alicerce lançado antes – amar a Deus por aquilo que Ele é em Si mesmo; enquanto a gratidão natural não possui esse alicerce pela bondade recebida, sempre procedem de um estoque de amor já acumulado no coração, estabelecido primeiramente sobre outro fundamento, a saber, a própria excelência de Deus”.

Em outras palavras, a gratidão que agrada a Deus não é, em primeiro lugar, um deleite nos benefícios que Deus proporciona (embora isso faça parte dessa gratidão). A verdadeira gratidão precisa estar fundamentada em algo que vem antes, ou seja, um deleite na beleza e excelência do caráter de Deus. Se isto não for o alicerce de nossa gratidão, ela não é superior ao que o “homem natural” experimenta – sem o Espírito Santo e a nova natureza em Cristo. Nesse caso, a gratidão a Deus não Lhe é mais agradável do que todas as outras emoções que os incrédulos experimentam sem deleitarem-se nEle.

Você não seria honrado se eu lhe agradecesse, freqüentemente, pelos seus dons para comigo, e não tivesse consideração profunda e espontânea por sua pessoa. Voce se sentiria insultado, não importando o quanto eu lhe agradecesse por seus dons. Se o seu caráter e personalidade não me atraíssem nem me causassem alegria, quando eu estivesse em sua companhia, você se sentiria usado, como uma ferramenta ou uma maquina para produzir coisas que eu realmente amo.

Isto é verdade em relação a Deus. Se não somos cativados por sua personalidade e caráter, todas as nossas declarações de gratidão assemelham-se à gratidão que uma esposa expressa ao seu marido pelo dinheiro que ela recebe dele para usar em seu relacionamento com outro homem. Esta é a figura apresentada em Tiago 4.3-4. Tiado critica os motivos da oração que trata Deus como um marido de adúltera – “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres. Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus?” Por que Tiago chamou de adúlteras (infiéis) essas pessoas que oravam? Por que, embora orassem, estavam abandonando seu esposo (Deus) e saindo à procura de um amante (o mundo); e, para tornar as coisas piores, estavam pedindo a seu esposo (em oração) que financiasse o seu adultério.

Admiravelmente, esta mesma dinâmica espiritual corrompida é verdadeira, às vezes, quando os crentes agradecem a Deus por mandar Jesus para morrer por eles. Talvez você já ouviu crentes dizerem como devemos ser gratos pela morte de Cristo, porque ela nos mostra o grande valor que Deus nos atribuiu. Qual é o fundamento desta gratidão?

Jonathan Edwards chama isso de gratidão de hipócritas. Por quê? Porque “eles primeiramente se regozijam e se enlevam com o fato de que são muito valorizados por Deus; e, com base nisso, Deus lhes parece amável... Eles se deleitam no grau mais elevado em ouvir o quanto Deus e Cristo os valoriza. Portanto, o gozo deles é realmente um gozo em si mesmos e não em Deus”. É chocante perceber que uma das descrições mais comuns, em nossos dias, a respeito de como reagir à cruz pode muito bem ser uma descrição de amor natural por si mesmo sem qualquer valor espiritual.

Faremos bem se ouvirmos Jonathan Edwards. Ele não estava apenas explicando em detalhes a verdade bíblica de que devemos fazer todas as coisas – incluindo o dar graças – para a glória de Deus (1 Co 10.31)? Deus não é glorificado, se o fundamento de nossa gratidão será provavelmente idolatria disfarçada. Que Deus nos conceda um coração que se deleita nEle por aquilo que Ele é, de modo que nossa gratidão por seus dons seja o eco de nosso gozo na excelência do Doador!

Trecho extraído do livro UMA VIDA VOLTADA PARA DEUS por John Piper.

2 comentários:

  1. "Jonathan Edwards chama isso de gratidão de hipócritas. Por quê? Porque “eles primeiramente se regozijam e se enlevam com o fato de que são muito valorizados por Deus; e, com base nisso, Deus lhes parece amável... Eles se deleitam no grau mais elevado em ouvir o quanto Deus e Cristo os valoriza. Portanto, o gozo deles é realmente um gozo em si mesmos e não em Deus”. É chocante perceber que uma das descrições mais comuns, em nossos dias, a respeito de como reagir à cruz pode muito bem ser uma descrição de amor natural por si mesmo sem qualquer valor espiritual."

    Nooooossaaaa!!! Realmente!!!

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  2. Oi Filipe
    Gosto demais destes artigos,
    Deus te abençoe, esse texto me abençoou muito

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