Ano novo, vida nova?

No final do ano, acompanhei, por um breve período, a vida e a rotina de um jovem casal. Nos tornamos amigos, e pude presenciar mudanças significativas na rotina dessas pessoas. Para começar, moravam num quartinho bem apertado com um cachorrinho de estimação. Como solteiro, confesso que foi difícil passar por essa experiência, imagine então para um casal. Realmente deve ter sido bem duro. Sem poder cozinhar, sem privacidade, sem poder receber a família (que mora no Sul). Passaram alguns anos assim. Finalmente, a pouco tempo, conseguiram se mudar para uma nova casa. Uma casa não muito grande, mas bem melhor que o quartinho. E as novidades não pararam por ai! Conseguimos um novo emprego para o rapaz, que antes trabalhava demasiadamente longe, como ajudante de cozinheiro. Agora, no novo trabalho, poderá exercer a função na qual foi formado. E melhor ainda, bem próximo da sua moradia.

Realmente parecia que a vida daquelas pessoas ia tomar um rumo diferente! Um novo rumo!

Fui tentado a pensar: Poxa! Agora só falta Jesus!

Mas logo caiu sobre mim, a consciência que o “só”, no meu pensamento, estava completamente equivocado! Jesus não era apenas uma cereja no grande bolo da vida, que seria colocado ali como um “Grand Finale”, mas era a própria Vida, e sendo assim, O Tudo. Essa constatação levou-me a concluir que, apesar de terem tudo, não tinham nada. Nada era novo. Que decepção!!

Com essa consciência, veio também a missão, na qual entendo que é, nada mais, que a dura tarefa de comunicá-los a respeito dessa realidade e claro, oferecer-lhes uma nova vida. Nova de verdade. Mas esse é outro assunto que deixarei para testemunhar em outra oportunidade.

De fato, esse episódio fez-me pensar sobre “Quais seriam os meus planos para o ano novo?”.

Pensei um pouco, e conclui que alguns planos poderiam estar na lista. Alguns mais positivos e esperançosos como: casar-me, comprar uma casa própria e mobiliá-la, talvez até fazer uma pós-graduação. Outros um pouco mais doloridos e não tão “motivadores” como: deixar de esbanjar, doar uma parte maior dos meus ganhos, não agir por impulso, desenvolver o domínio próprio, ser mais amável com os diferentes, etc..

Todos eles parecem ser bem autênticos e dignos de louvor, porém, ao olhar mais profundamente, pude chegar à conclusão de que a motivação errada pode fazer com que essas pequenas metas sejam facilmente confundidas com auto-satisfação, auto-justificação ou individualismo.

Parece loucura, e de fato é.

Porém, procurando a motivação certa encontrei alguns pontos que devo considerar para compor o meu planejamento.

1. Pra quem eu vivo?

“Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (2Co 5.14-15)

2. O que isso significa?

“Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Co 5.17)

3. E de onde vem?

“Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo...” (2 Co 5.18)

Após meditar por alguns momentos nessas respostas, construi a oração que expressa a raiz dos meus planos e espero que possa servir para você também.

“Senhor, não quero mais desperdiçar minha vida, como fiz nos anos anteriores, vivendo em meu favor. Quero a partir de agora, humildemente, viver para Ti e somente para Ti, deixando todas as coisas do velho homem para trás, e vivendo em verdadeira novidade através da sua Graça e do seu Espírito, do qual dependo todos os dias da minha vida, não só nesse ano que se inicia, mas em todos os anos que o Senhor me der, para Sua Glória. Naquele que me constrange com amor, Amém.”

Pense nisso!