Machucados? O que eles têm recebido?

Perdi as contas de quantas vezes ouvi falar do chamado “pronto-socorro espiritual”. Uma espécie de lugar onde as pessoas, com os mais variados tipos de traumas, se dirigem, buscando encontrar auxílio. Em muitas das vezes sua última tentativa.

Ao chegarem nesse lugar, são recebidas calorosamente, são abraçadas e recebem muitos curativos. Escutam palavras doces, motivadoras e atrativas vindas do enfermeiro, que prega uma mensagem recheada de muito, mas muito amor.


O enfermeiro não leva as pessoas ao doutor, por que sabe que o tratamento vai ser dolorido. E isso pode não agradar ao paciente. Que terrível seria se essas pessoas nunca mais voltassem ao “pronto-socorro”.

Quando recebem “alta”, voltam pra casa e tudo parece resolvido. Tudo vai bem. Essas pessoas voltam ao “pronto-socorro”, apenas para visitar os bons amigos. Afinal, é difícil encontrá-los fora do “pronto-socorro”. Nessas visitas, encontram o enfermeiro, que sempre sorrindo, dá um tapinha nas costas, e diz estar feliz por vê-las curadas.

Depois de um tempo, sem qualquer aviso, o pus começa a jorrar por baixo dos curativos.

O que aconteceu? Algo não foi limpo! Colocaram curativos em cima da sujeira.

É possível que algo precise ser amputado, ou será tarde demais?

Que crueldade não?

Pior que isso, o “pronto-socorro” tem nome, e seu nome é IGREJA!

Ah meus queridos, quão duro tem sido ver essa realidade, num lugar, onde as pessoas deveriam encontrar ensinamentos para o verdadeiro “refrigério”, cura espiritual, salvação.

Isso me lembra a história de uma mãe muito sábia, que ao ver o seu filho, voltando do seu passeio de bicicleta, todo ralado, sabia que apenas assoprar seu machucado não resolveria o problema. Então, apressadamente pega o remédio, que faz arder e aumentar ainda mais a lágrima de seu filho. Ao vê-lo chorando a mãe não desiste, pois sabe que aquilo é preciso. É preciso limpar o machucado. Faz isso com dor no coração, mas sabendo que no fim correrá tudo bem.

E o que temos feito hoje? Oferecemos o curativo, mas não temos ensinado que primeiro é preciso limpar o machucado. Aposentamos o Doutor dos doutores. Pregamos amor, mas não vemos a pregação do arrependimento. Estamos aplicando o “tapinha nas costas”, no lugar do verdadeiro evangelho.

Em Atos, o apóstolo Pedro, prega a realidade aos homens:

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (Atos 3:19)

Pedro, como os outros apóstolos, sabia que não havia outra solução. Era preciso pregar o arrependimento, era preciso conscientizá-los que antes do tempo de refrigério era preciso que o Senhor apagasse seus pecados.

Machucados? O que você tem feito?